quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Redes sociais e o ensino de LE








Na última aula (26/10) falamos sobre o uso das redes sociais no ensino da língua estrangeira. Acredito que a informalidade e a familiaridade das redes sociais de fato colaboram para o aprendizado de outro idioma.
Penso que talvez fosse interessante utilizar outras redes sociais além das já tradicionais (Facebook, Twitter, Youtube). Como, por exemplo, o Periscope.
O Periscope é uma rede social onde qualquer um pode transmitir ao vivo por meio de vídeo o que está fazendo, podendo interagir com seguidores que mandam mensagem online, em tempo real.
Acredito que essa é uma prática interessante em uma sala de aula de língua estrangeira. No ensino do espanhol, por exemplo, os alunos poderiam acompanhar como é o café da manhã de um mexicano, ou como é a escola na Venezuela. A interação aconteceria online e na língua estrangeira por meio da escrita e da escuta, através do uso real da língua. Além disso, através de Periscopes do cotidiano, o aprofundamento na cultura local não seria mediado por pré conceitos, podendo acontecer a quebra das imagens pré concebidas que temos de outras nacionalidades.




Imagem retirada do Google Images

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Breve update sobre Sophia



Na última quarta-feira a Sophia estava mais animada. Ela me contou que estava lendo todas as noites com a mãe e logo percebi que sua fluência leitora evoluiu incrivelmente. Agora ela já não faz o trabalho de "formiguinha", exceto em palavras mais complicadas ou desconhecidas. Lemos os livros digitais e, apesar de eles não serem de fato interativos, percebo que ela prefere o formato virtual ao formato tradicional.
Acredito, com base apenas em minha observação, que a fluência leitora da Sophia já possa ser equiparada ao padrão de outras crianças da mesma idade. Mas, ainda assim, ela se mostra sempre resistente à ação de sentar e ler, independente do formato. Infelizmente, ainda não consegui incutir nela o gosto pela leitura de textos literários. Para falar a verdade, eu nem ao menos sei como começar, já que isso sempre foi algo natural para mim.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Sophia


A Sophia tem oito anos, está no 2º ano do ensino fundamental e sente dificuldade nas práticas de leitura e escrita, principalmente em meios tradicionais como o livro. Desde o fim de agosto tenho me encontrado com ela uma vez por semana para ajudá-la a se desenvolver neste quesito.
Antes do nosso primeiro encontro, eu imaginava que a Sophia não estava alfabetizada ainda. Ou seja, para mim, eu achava que ela não conseguia decodificar o texto escrito. Logo percebi que esse não era o caso. Ela conseguia ler palavras isoladas, mesmo que não pertencentes ao seu cotidiano (por exemplo, os títulos dos livros da minha estante).
Sendo assim, propus que lêssemos um livro com histórias infantis de personagens conhecidos por ela, como Scooby-doo.
De início, a Sophia mostrou muita dificuldade em ler qualquer palavra que estivesse em uma sentença. O que eu percebi é que ela ainda fazia o trabalho de "formiguinha" de juntar uma letra na outra para poder ler e sentia-se muito insegura no processo. Como qualquer criança, ela se confundia, e ainda se confunde, com algumas letras. Por exemplo, quando a palavra tem o S+vogal ela costumas ler vogal+S. Então, a palavra "sem" ela leria "esm". Ou ainda o clássico "d" por "b" e vice-versa.
Frequentemente, ela fica irritada e simplesmente tenta adivinhar a palavra.
Pela minha observação, eu presumo que a Sophia tem um bloqueio com meios tradicionais como livros. Um dia, para deixá-la um pouco mais confortável, baixei alguns jogos no tablet para formar palavras. Me surpreendi ao ver que ela não hesitou em ler ou escrever as palavras propostas pelo jogo. Ela nem ao menos se confundiu quanto ao "d" e ao "b".
Fiquei sinceramente espantada com a capacidade de leitura e escrita que ela demonstrou com o jogo. Diante disso, conversei com a professora Cláudia, que sugeriu que eu experimentasse livros interativos com a Sophia.
A primeira tentativa foi desastrosa. Baixei um livro chamado "lua". Nesse dia especialmente a Sophia estava irritada e não queria saber de ler coisa alguma. Tentei ver se ela se interessa pelo livro, mas ela se mostrou muito resistente. Apesar de ser um livro interativo (embora não muito), a Sophia teve a mesma dificuldade encontrada na leitura de livros tradicionais.
Nesse mesmo dia, brincamos de formar palavras com letras em papel. Ela gostou muito da brincadeira e não mostrou dificuldade em formar as mais diversas palavras. Pedi que ela escrevesse essas palavras no tablet, o que ela fez sem maiores problemas.
Espero que na próxima quarta ela esteja mais disposta, mas até então os livros virtuais não fizeram diferença.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

O poder da imagem

Segundo Mizan, a sociedade moderna está invadida pelo poder da imagem, principalmente através da fotografia e dos filmes (MIZAN, 2015, p. 271). Acredito que a imagem nunca foi uma mídia independente, mas, diante dos tempos atuais, onde passamos uma grande parte do nosso dia em um ambiente virtual, que veincula ilustrações, filmes e fotografia em um só meio e ao mesmo tempo, a imagem deve ser abordada de maneira diferente no ensino e nos livros didáticos. Ou seja, é preciso investir no que a autora chama de Letramento crítico visual (p. 275), não atendo-se somente ao letramento crítico de discursos escritos/orais.
O livro didático Terra Brasil da editora UFMG analisado em sala de aula, por exemplo, traz imagens meramente ilustrativas. No entanto, ao nos depararmos com uma imagem em uma rede social, são grandes as chances de haver segundas intenções em sua composição ou veinculação.
Um exemplo claro do poder da imagem são as diversas charges de Maomé da Charlie Hebdo que provocaram um ataque à redação da revista francesa que deixou 12 mortos.

O  modo como interpretamos uma imagem traz o que nós somos e, ao mesmo tempo, a imagem tem o poder de mudar um indivíduo socialmente.
É claro que as imagens na rede não são restritas a charges ou ilustrações ou fotografias críticas. Existem também as imagens publicitárias e as imagens usadas por jornais e revistas para ilustrar matérias e artigos. No entanto, usarei novamente uma charge altamente crítica para exemplificar o poder da imagem.


Nessa charge, a mulher de burca julga a liberdade da mulher de biquíni. Essa imagem me marcou profundamente e me fez rever minha visão sobre liberdade e o poder do patriarcado, Assim como me fez questionar o meu ponto de vista em outros assuntos.
Acho que é esse o ponto principal do letramento visual crítico: exercitar e incitar o aluno a enxergar sob diferentes pontos de vista e sempre questionar o que há por trás daquela imagem, da escolha daquela imagem e da criação da imagem.







FONTES
MIZAN, Souzana. Letramento Visual na Mídia. Letramentos em Terra de Paulo Freire. Campinas, SP: Pontes Editores, 2ª ed, 2015.
http://www.leiaja.com/sites/default/files/enviados-2015/not%C3%ADcias/CHARLIE.jpg
https://julianaguarany.files.wordpress.com/2015/01/malcolm-evans.png